quarta-feira, 22 de junho de 2016

Entrevista com Sérgio Serapião

Sérgio Serapião é empreendedor da Via Gutemberg e idealizador do projeto Circuito Maior Idade

Entrevista concedida à Cira Cohenca, participante do grupo.


Qual a sua formação? Você exerce ou exerceu essa formação?

Graduado em administração de empresas pela FGV, com MBA pelo IBMEC e mestrado em liderança organizacional nos EUA e pós em transdisciplinaridade (voltado para saúde holística) pela UNIFESP.
Sim. Sou um empreendedor social. Minha formação ajuda-me muito, mas acredito que minha maior escola seja a prática, experiência e vivências dos projetos e empreendimentos.

Conte um fato que foi marcante na sua vida e sirva para que te conheçamos melhor?
Por volta dos anos 2000, trabalhava em grande consultoria internacional, minha especialidade era "gestão da mudança", como preparar pessoas em grandes organizações para mudanças significativas que promovessem o desenvolvimento. Depois de um tempo, percebi que os principais projetos que atuava relacionavam-se a grandes fusões, aquisições, privatizações. e que o efeito pratico visível era grandes massas de demissões. Uma empresa mais eficiente e que gerava mais valor apenas ao acionista. Fui ficando cada vez mais incomodado com aquela situação até que me demiti. Em 2003 fundei a Via Gutenberg, uma empresa que busca desenvolver grandes organizações a desenvolverem agenda positiva para sociedade. cada vez mais fomos nos focando em causas importantes, como a educação, sustentabilidade e longevidade. Mais recentemente, percebi que minha realização não se daria apenas nas práticas de projetos da ViaGutenberg, assim vejo desenvolvendo o movimento LAB60+ e empreendimentos sociais relacionados ao mundo da longevidade.

O que em você seria um diferencial que te auxilia nesse trabalho do Lab60+
acreditar no trabalho como fonte de realização?

Não faço distinção entre desenvolvimento profissional e pessoal. Acredito que devo me relacionar com pessoas especiais e, uma desculpa para fazê-lo é criar oportunidades de negócio, não o contrário.
Meu trabalho é a forma que tenho para realizar meus sonhos, construir o futuro que desejo.

O que mais te agrada nesse trabalho?
Realizo-me. A partir de projetos da Via Gutenberg, como o Circuito Maior Idade, estamos conseguindo levar bem-estar a muitos, de forma inovadora. Aplicando conceitos de saúde holística, a partir da cultura. A tecnologia que desenvolvemos é muito mais barata e mais eficiente que meios convencionais do sistema de saúde. Acredito que temos que buscar cada vez mais escala para mais pessoas se beneficiarem, por isso, não podemos "congelar" o modo em que atuamos. Devemos estar sempre atentos para nos reinventar na busca de mais organizações e pessoas se engajem no projeto.

E o que mais te desagrada?
Tendo a acreditar nas pessoas e nas situações. Por vezes, me decepciono. Outras vezes o que buscamos, trabalhamos muito, não ocorre. Isso me deixa cansado e entristecido, mas é natural, faz parte do aprendizado, certo?
Acredito que temos que observar muito nossos erros, nossas frustrações e aprender com elas. A vida é um constante aprendizado.

Quanto ao futuro - que é sempre preocupante - o que você nos aponta como negativo e como positivo?
Busco não me PRE-ocupar, e sim, me ocupar em potencializar os pontos positivos e ter atenção com os pontos que entendo ser mais frágeis. Dentre os pontos positivos, tenho conseguido reunir pessoas ótimas ao entorno de meu trabalho. Equipe muito profissional, ótimos parceiros e clientes. Dos pontos mais frágeis destacaria a necessidade constante de agregar mais e mais pessoas para processo. Tenho ciência que estamos inovando e navegando em formas de realização de projeto únicas. Isso gera resistência ao primeiro contato de novas pessoas. Temos que estar atentos para ter sempre energia para trazer mais e mais pessoas para o projeto. Pois acreditamos no projeto, pois ele nos alimenta e pode alimentar a muitos. os pequenos obstáculos adiante não podem ser vistos como intransponíveis. Por fim, estou muito feliz e otimista com momento atual do país e do projeto. As crises econômicas são ótimos momentos de reflexão e de escolha. Que escolhamos o presente e futuro em que queremos viver, sem nos acomodar.

3 comentários:

  1. Entrevista muito enriquecedora... gostei !! Madeleine

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  2. Cira, adorei a entrevista... pela qualidade das perguntas e pelo conteúdo das respostas, que possibilitou conhecer a pessoa que idealizou o Circuito da Maior Idade, Sergio Serapião.
    Belíssimo currículo, demonstrando um grande idealismo em trabalho coletivo. Parabéns!!

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