Perdoar ou esquecer? Eis a questão

Esquecer?
Já escutei muitas pessoas expressarem o desejo de “esquecer o passado”. Sei que esse desejo é fruto de um evento triste, essa vontade vem de um período repleto de dores, decisões que complicaram o viver ou é fruto de uma traição, uma injustiça ou outra situação igualmente dolorida.
Sempre sugiro duas perguntas: É possível esquecer? Vale a pena esquecer?
O passado é nossa historia, gostando ou não, sua biografia contem histórias tristes, vergonhosas até, e elas não serão esquecidas, aliás, acredito que o esforço em esquecer tem efeito contrário. Esse esforço apenas atualiza, coloca no presente esse fato do ontem.
O que fazer?
Faça as pazes com seu passado, sua história não precisa ser deletada e sim lida, elaborada, os eventos de ontem podem entrar em sua vida como processo pedagógico de crescimento.
Esses anos formam sua biografia, pare um pouco e veja como está ficando esse “livro”.
Esquecer pra que? Pra correr o risco de fazer novamente? Deixe o passado no passado, que ele seja um memorial norteador para a construção de um futuro diferente.
É bem fácil a amargura tomar conta do pedaço, mas o resultado é triste demais, lute contra. A amargura rouba os dias com as pessoas que você ama pois seu coração esta fissurado nas pessoas que feriram. A amargura rouba o presente deixando você preso em um passado triste.
Perdoe. O perdão é um tema complexo, impossível de ser tratado em poucas linhas de uma rede social, mas sugiro que você pense no assunto, coloque o perdão na lista de prioridades da vida.
Aprendi com o Ricardo Gondim: “Ao perdoar você não altera em nada o seu passado mas pode mudar radicalmente o seu futuro”.
Não confunda perdoar com esquecer. Esquecer é problema de memória, perdoar é solução para um coração ferido. Alguns fatos são pesados demais para serem esquecidos, perdoar é deixar ir pra longe e não permitir que esse evento triste domine suas decisões.
Perdoar é apostar que algo bonito pode nascer do caos.
Faça as pazes com sua história. Pegue mais leve com você, se perdoe, respire fundo e tente de novo.
A vida vale a pena.

(Villy Fomin)
Março, 2016


Por: Luciana Pereira Osório, participante do grupo