Octogenárias - Quem é a próxima que vai receber uma beleza desta?!

Esta semana uma de nossas participantes - Mercia T. Greguol, entrou para o grupo das Octogenárias e a colega Eliana Haberli presentou-a e a todo grupo com um texto que vale a leitura (veja abaixo). Parabéns à ambas!

Quem é a próxima que vai receber uma beleza desta?! Para a Mércia, que aniversaria hoje.

O que aconteceu de 1940 para cá? Como contar essa história? Ela poderia ser contada em pedaços, por cada um de nós aqui. E poderia ser contada pela aniversariante de hoje, que é uma boa contadora de histórias, também.

Em 1940, Getúlio Vargas governava o Brasil. O Brasil ainda era predominantemente rural, mas estava para mudar. Na Europa, a Segunda Guerra Mundial se espalhava e a Alemanha tinha invadido a França. A História estava para mudar. Em São Paulo, o estádio municipal do Pacaembu acabava de ser inaugurado e, na Praça da Sé, prosseguiam as obras vagarosas da Catedral sendo reconstruída. A cidade ainda era a cidade da garoa, mas estava para mudar, crescer, enlouquecer. John Lennon, dos Beatles, nasceu em outubro daquele ano. A música estava para mudar.

Mas a história, ao mesmo tempo rica e usual da nossa homenageada, não era uma história de mudança, era uma história de continuação. Uma história de raiz.  Raiz, diz o dicionário, é o órgão da planta abaixo da superficie com duas funções principais: fixação ao solo e absorção de água e nutrientes.

Boa raíz, a Mércia foi construindo uma história de continuação. Continuar honrando os valores de união familiar e solidariedade. Como se constroi uma história assim? Tijolo por tijolo, dia por dia. Quantas papinhas de bebê preparadas? Quantas festas, quantos Natais? Quantos bolos feitos com açúcar e com afeto? Quantas corajosas  brigas mantendo as posições sociais? E os abraços de amizade? E os abraços de pêsames?  Quantas despedidas nos velórios? O mundo pode ter mudado, o ano que estamos vivendo traz mudanças maiores ainda, mas sem os valores de raiz a vida seria impossível. Por causa de histórias como a da Mércia que a gente sobrevive, que a gente continua. Parabéns amiga!

Eliana Haberli